Por Que Ainda Existe Ódio Contra Pessoas Pretas?
Durante séculos, o povo preto tem sido alvo de violência, desprezo, marginalização e apagamento. E mesmo após o fim oficial da escravidão, o racismo continua presente — nos olhares, nas palavras, nas políticas, na mídia e até nas estruturas das sociedades. A pergunta que ecoa, geração após geração, é: por que alguns brancos ainda odeiam os pretos?
Esta pergunta precisa ser feita com coragem. Não é sobre espalhar mais ódio — é sobre entender a raiz do problema para que ele seja arrancado com verdade e justiça. Vamos refletir juntos.
1. O ódio não nasce com ninguém — ele é ensinado
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da pele. O racismo é uma construção social e histórica. Ele foi criado e alimentado durante séculos de escravidão e colonialismo, quando os povos africanos foram sequestrados, desumanizados e explorados em nome do lucro e da “civilização”.
Para justificar tanta brutalidade, os colonizadores inventaram ideias falsas: que os negros eram inferiores, preguiçosos, perigosos ou incapazes. Essas mentiras foram espalhadas pela política, pela religião, pela ciência e até pelos livros escolares.
Infelizmente, muitas dessas ideias ainda vivem no imaginário social. E quando não são confrontadas com educação e verdade, elas continuam gerando preconceito, exclusão e violência.
2. O medo da igualdade
Um dos sentimentos que alimenta o racismo é o medo da igualdade. Em muitos países, pessoas brancas cresceram em posição de vantagem — acesso melhor à educação, aos empregos, à moradia, à justiça. Quando os negros começam a ocupar espaços de poder, a se afirmar, a exigir reparação, alguns se sentem ameaçados. Não porque perderão direitos, mas porque nunca aceitaram dividir os privilégios.
A verdade é que o povo preto não quer dominar ninguém. Quer apenas viver com dignidade, sem ser perseguido, silenciado ou morto por existir.
3. Ignorância: o terreno fértil do racismo
Muitos brancos simplesmente nunca foram ensinados a reconhecer o racismo. Crescem acreditando que ele não existe mais ou que “não é tão grave assim”. Alguns até dizem frases como “não vejo cor” — como se isso apagasse as desigualdades.
Essa ignorância é perigosa porque impede o reconhecimento da dor do outro e fortalece o sistema racista. A educação antirracista não é uma “moda”. É uma necessidade urgente para curar feridas profundas.
4. O incômodo com o orgulho negro
Ver um preto empoderado, com autoestima, defendendo suas raízes e sua cultura, incomoda quem foi ensinado a acreditar que negro só deve sofrer ou se calar. O sistema racista se sustenta na ideia de que os pretos devem ser sempre “menos”: menos bonitos, menos inteligentes, menos humanos.
Mas o povo preto resiste. Canta, dança, escreve, lidera, transforma. E essa força incomoda quem se beneficia do nosso silenciamento.
5. A manipulação que divide os pobres
É importante lembrar que nem todos os brancos são inimigos. Muitos também são explorados, vivem na pobreza, lutam por justiça. O problema é que o sistema racista usa o racismo como arma de divisão: coloca branco contra preto, para que ninguém se una contra os verdadeiros opressores — os que controlam a economia, a política, as narrativas.
Enquanto o povo se ataca entre si, o sistema continua lucrando com a desigualdade.
Conclusão: a luta é por humanidade
O racismo não é um problema só do povo preto. É um veneno que contamina toda a sociedade. E só será vencido com consciência, coragem e transformação profunda.
O povo preto não quer ser melhor que ninguém. Só quer ser tratado como gente.
E você, de que lado está?
Este texto faz parte da nossa luta por uma África e um mundo mais justo.
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