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Medo: A Arma de Mutilação Mental

O medo tem sido, ao longo da história, a ferramenta mais eficaz para controlar sociedades. Sabem disso os sábios, as elites e as sociedades secretas que regem silenciosamente o mundo. Igrejas utilizam o medo para dominar as massas, governos o aplicam para manter o povo sob controle.

É normal sentir medo — é até necessário em certas situações —, mas, para alcançarmos os nossos verdadeiros objetivos, precisamos enfrentá-lo. Precisamos arriscar. Porque se não o fizermos, jamais saberemos o que somos capazes de conquistar.

Vivemos hoje sob o neocolonialismo, uma nova forma de dominação, onde os nossos próprios governos, muitas vezes submissos, colaboram com esse sistema. Não há políticas reais de inclusão. Não há investimento profundo na educação, na cultura ou na autonomia intelectual do povo. O que existe é a perpetuação de um sistema que nos limita, que distorce nossas histórias e manipula nossos valores.

Há muitos artistas e intelectuais esperando pelo "momento certo" para se expor, para mostrar sua arte, sua visão, seus sentimentos — e acabam esperando por cinco, dez anos, ou mais. Eu mesmo demorei anos para tornar públicos os meus sentimentos, meus pensamentos, minha arte. E, para minha surpresa, encontrei muitos outros "prisioneiros", que viam minha obra com estranheza. E isso é bom. Porque a estranheza é o início da libertação. A arte existe, também, para despadronizar os hábitos impostos e fazer com que voltemos a refletir com o coração... com alma africana.

Precisamos usar a arte, a literatura, a educação e o entretenimento criados por nós — pensadores, artistas e educadores africanos — para libertar nossos irmãos. Haverá críticas, é claro. Nem todos compreenderão de imediato. Mas a arte é persistente: o que não é compreendido por um, será revelado por outro criador, por outro educador, por outra voz.

É urgente criarmos conteúdos de entretenimento que celebrem nossas características, nossa identidade, nossos valores. Não podemos continuar totalmente dependentes do Ocidente — que tanto criticamos — para nos educar, curar e entreter. Por que não criar o nosso próprio universo de heróis, nossas próprias histórias épicas, os nossos próprios mitos modernos? Não faz sentido criticarmos o domínio cultural externo e, ao mesmo tempo, continuarmos consumidores passivos de suas narrativas.

Infelizmente, cresce o número de criadores de conteúdo que banalizam a moral e colaboram com agendas ocultas que emburrecem a nossa sociedade. Precisamos enfrentar esse movimento com firmeza. Precisamos levantar África. Precisamos levantar Angola.

Você não é “apenas” um artista. Você não é “apenas” um professor. Você não é “apenas” um autor. Você é um ser com responsabilidade social. Assim como os filhos devem cuidar dos pais, nós devemos cuidar da sociedade — pois somos filhos dela.

Precisamos ser revolucionários com as ferramentas que temos: com a música, com a palavra, com a imagem, com o gesto. Um indivíduo educado é menos lixo na rua, menos violência, menos corrupção.

Os europeus já se foram. Agora, somos escravizados por nós mesmos — por irmãos que nos conhecem profundamente: sabem o que comemos, o que cantamos, o que falamos, o que sentimos. E por isso, é mais difícil resistir.

Mas ainda assim, resista. Levanta-te e torna-te um Bastão de Nzinga Mbande. Assume tua identidade com coragem. Não há o que perder em sermos quem realmente somos — há apenas tudo a ganhar.

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