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O Teorema de Pitágoras: Uma Herança Africana Reivindicada

O Teorema de Pitágoras: Uma Herança Africana Reivindicada


Olá, queridos leitores! Hoje vamos desvendar um dos teoremas mais famosos da matemática e, quem sabe, mudar um pouco a sua percepção sobre a sua origem. Preparem-se para uma viagem no tempo que nos levará às margens do Nilo e nos fará questionar as narrativas históricas que nos foram contadas. Estamos falando, é claro, do Teorema de Pitágoras, aquele que você provavelmente aprendeu na escola como a2+b2=c2, e que se refere à relação entre os lados de um triângulo retângulo. Mas será que a história que conhecemos é a história completa?

A Verdadeira História: Uma Herança Milenar do Vale do Nilo

Por muito tempo, o nome de Pitágoras esteve intrinsecamente ligado a essa poderosa relação matemática. No entanto, evidências arqueológicas e históricas têm revelado que o conhecimento sobre essa propriedade geométrica já era amplamente utilizado e compreendido muito antes do nascimento do filósofo grego.

Estamos falando de civilizações milenares que floresceram no continente africano, particularmente no Antigo Egito e na Núbia. Registros em papiros e construções monumentais indicam que os egípcios dominavam a aplicação do que hoje chamamos de Teorema de Pitágoras em suas obras de engenharia e arquitetura. Eles usavam cordas com nós para formar triângulos com lados de proporções 3, 4 e 5, o que garantia um ângulo reto perfeito – essencial para a construção de pirâmides, templos e canais de irrigação. Essa prática era comum entre os "esticadores de corda" (harpedonaptos), que eram os agrimensores da época.

Além do Egito, há indícios de que outras culturas africanas também possuíam conhecimento avançado em geometria e matemática, utilizando princípios semelhantes em suas práticas diárias. A ideia de que Pitágoras "descobriu" algo que já era conhecido e aplicado por séculos é, no mínimo, uma simplificação da história.

Quem Foi Pitágoras e Como Ele se Apropriou do Teorema?

Pitágoras de Samos (c. 570 a.C. – c. 495 a.C.) foi um filósofo e matemático grego, fundador da escola pitagórica. É inegável a sua contribuição para o desenvolvimento da matemática e da filosofia ocidental. No entanto, é importante contextualizar o período em que viveu. Naquela época, era comum que estudiosos gregos viajassem para o Egito e outras partes do Oriente para buscar conhecimento.

Muitos historiadores sugerem que Pitágoras, durante suas viagens, teve contato com o vasto conhecimento egípcio em matemática, astronomia e medicina. É provável que ele tenha aprendido sobre a relação dos lados do triângulo retângulo diretamente dos sacerdotes e escribas egípcios. Ao retornar à Grécia, Pitágoras e seus seguidores teriam sistematizado e formalizado esse conhecimento, atribuindo-lhe a autoria.

A apropriação de conhecimentos de outras culturas não era uma prática incomum na Antiguidade. Contudo, a historiografia ocidental, por muito tempo, tendeu a privilegiar as contribuições gregas, negligenciando ou minimizando as origens africanas e orientais de muitos conceitos. Assim, o Teorema de Pitágoras se tornou sinônimo do seu nome, obscurecendo as verdadeiras raízes africanas.

A Importância de Recontar a História

Reconhecer a origem africana do que hoje chamamos de Teorema de Pitágoras não diminui a genialidade de Pitágoras, mas sim enriquece a nossa compreensão da história da matemática e da contribuição de diversas civilizações para o desenvolvimento do conhecimento humano. É um lembrete de que a ciência e a sabedoria são patrimônios da humanidade, construídos coletivamente ao longo dos séculos.

Ao recontarmos essa história, estamos não apenas corrigindo um erro histórico, mas também valorizando a imensa contribuição dos povos africanos para o avanço da civilização. O Teorema de Pitágoras, ou melhor, o Teorema Africano que Pitágoras difundiu, é um testemunho da sofisticação matemática de uma civilização que, infelizmente, por muito tempo foi subestimada.


Data: 29 de Maio de 2025

Referências Bibliográficas e Leituras Sugeridas:

  • Van Sertima, Ivan. Black Athena Revisited. Transaction Publishers, 2005. (Embora controverso em algumas de suas teses, aborda a influência africana na Grécia Antiga).
  • James, George G. M. Stolen Legacy: Greek Philosophy Is Stolen Egyptian Philosophy. African American Images, 1954. (Um clássico que questiona a origem da filosofia grega).
  • Diop, Cheikh Anta. Civilization or Barbarism: An Authentic Anthropology. Lawrence Hill Books, 1991. (Aborda as contribuições científicas e culturais das civilizações africanas).
  • Gerdes, Paulus. Geometry from Africa: Mathematical and Educational Explorations. Mathematical Association of America, 1999. (Explora a matemática presente em diversas culturas africanas).
  • Robins, Gay; Shute, Charles. The Rhind Mathematical Papyrus: An Ancient Egyptian Text. British Museum Publications, 1987. (Tradução e análise de um dos mais importantes papiros matemáticos egípcios).

Até a próxima, com mais descobertas e reflexões!

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