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Núbia

O Verdadeiro Berço do Antigo Egito

Núbia: O Verdadeiro Berço do Antigo Egito

Muito antes de as pirâmides tocarem o céu e os faraós se tornarem símbolos do poder divino, já existia, ao sul do Egito, uma terra antiga e sagrada chamada Núbia — o coração negro da civilização do Nilo.

Ali, nas margens férteis entre a atual Sudão e o sul do Egito, floresceu um povo de pele escura, cultura refinada e visão espiritual profunda, que moldou os alicerces do que o mundo viria a conhecer como Antigo Egito.

A Terra dos Reis Negros

Núbia foi uma das civilizações mais antigas e sofisticadas da África, com raízes que remontam a mais de 10 mil anos antes de Cristo.

Enquanto o Egito ainda dava seus primeiros passos, os núbios já cultivavam a terra, dominavam a metalurgia do ouro e do ferro, e erguiam reinos organizados como Ta-Seti, Kerma, Napata e Meroé — cada um deles deixando marcas profundas na história africana.

Os faraós núbios não apenas governaram o Egito em determinado período (a chamada 25ª Dinastia Faraônica, também conhecida como Dinastia dos Reis Negros), mas também o revitalizaram espiritualmente.

Sob o domínio núbio, o Egito reencontrou sua fé original, baseada na justiça, na harmonia e na reverência aos ancestrais.


A Influência Cultural e Espiritual

A influência de Núbia sobre o Egito é inegável.

Os primeiros faraós egípcios, como Narmer (Menés), que unificou o Alto e o Baixo Egito, eram herdeiros diretos da tradição núbia.

A arte, os rituais religiosos, o culto a Amon-Ra, a escrita hieroglífica e até a simbologia do trono faraônico têm origem ou inspiração nas práticas núbias.

Núbia ensinou ao Egito o valor da ma’at — o equilíbrio cósmico entre o bem e o mal — e introduziu o ideal de realeza divina, onde o rei não era apenas um governante, mas um mediador entre o mundo humano e o espiritual.

Núbia: O Orgulho Africano Esquecido

Durante séculos, a narrativa ocidental tentou separar o Egito da sua matriz africana, apresentando-o como uma civilização “fora da África”.

Mas a verdade histórica, arqueológica e genética é clara: o Egito antigo era uma civilização africana, de origem núbia.

As feições, a cultura e as tradições dos primeiros egípcios eram reflexo direto do povo do Alto Nilo — africanos negros que construíram um império espiritual e científico admirado até hoje.

Reconhecer Núbia como o berço do Egito é mais do que um gesto de justiça histórica — é um ato de reparação cultural e identitária.

É devolver à África o lugar que sempre lhe pertenceu na história da humanidade: o de mãe das civilizações.

Honrar Núbia é Honrar a Verdade

Para compreender o Egito, é preciso voltar à fonte — ao coração africano que o gerou.

A grandeza do Nilo não nasceu em Tebas, nem em Mênfis, mas nas colinas sagradas da Núbia, onde a sabedoria, a fé e a coragem dos primeiros povos africanos deram origem à luz que iluminou o mundo antigo.

Honrar Núbia é honrar a verdade, é reconhecer que a África sempre foi o princípio, e nunca o fim da história.






Nota de Direitos Autorais

Este texto foi elaborado por Salvador Pedro Andrade Quimuanga, com base em investigação própria, vivências, culturais e tradições orais transmitidas por anciãos da família (Kwanza Norte, Angola). Reprodução total ou parcial permitida apenas com citação da fonte: www.obastaodeNzinga.com


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