Um Provérbio Moçambicano Sobre Identidade e Prudência - A sorte que o cão tem de passar a noite fora de casa e não lhe acontecer nada, o cabrito não pode imitar.
(Provérbio moçambicano)
O cão sai à noite, confiante, habituado ao escuro.
O cabrito observa e pensa: “Se ele pode, eu também posso.”
Mas o que o cabrito não sabe é que o escuro não é igual para todos.
O cão tem faro, tem experiência — já enfrentou o perigo e voltou inteiro para casa.
O cabrito tem outras forças, mas não tem essa.
Quantas vezes olhamos para os outros, para os seus caminhos, para a sua coragem, para a sua sorte…
e tentamos imitá-los sem saber o preço que pagaram para chegar ali?
Há quem caminhe em terrenos que nos derrubariam,
há quem suporte tempestades nas quais nós nos afogaríamos,
há quem floresça onde nós não teríamos forças para resistir.
Mas isso não é fraqueza — chama-se identidade.
A sabedoria está em reconhecer, dentro de nós,
O que é “cabrito” e o que é “cão”.
Há dons que são nossos, e há fronteiras que são avisos.
Nem toda a sorte é sorte
Às vezes, o que chamamos sorte é apenas sobrevivência disfarçada de coragem.
Ser sábio é entender que cada um tem o seu escuro e o seu farol.
Viver bem não é desafiar o perigo só porque o outro escapou, mas descobrir onde o nosso espírito se move com segurança e em verdade.
Porque, no fim, a noite sempre testa quem entra nela, e só quem a conhece por dentro saberá como voltar.
O segredo está no ritmo de cada um
Na vida, observar não é o mesmo que poder repetir.
O que é seguro para um pode ser desastroso para o outro.
Cada um deve aprender a medir o próprio passo, a conhecer o seu ritmo, e a respeitar o seu tempo.
Provérbio:
“A sorte que o cão tem de passar a noite fora e não lhe acontecer nada,
o cabrito não pode imitar.”
Lição de Moral Expandida:
Cada pessoa possui talentos, capacidades e limites únicos. O que é seguro, fácil ou natural para alguém pode ser perigoso ou impossível para outro. O provérbio moçambicano — “A sorte que o cão tem de passar a noite fora e não lhe acontecer nada, o cabrito não pode imitar” — ensina exatamente isso: a vida exige autoconhecimento e prudência.
Observar os outros é importante; podemos aprender com suas experiências e estratégias. Mas tentar repetir cegamente suas ações sem compreender nossas próprias forças e fraquezas é arriscado. Nem toda coragem aparente é igual, nem toda sorte é fruto do acaso — muitas vezes, é experiência, preparo e conhecimento do próprio terreno.
A sabedoria consiste em reconhecer nossos limites, valorizar nossas habilidades e respeitar nosso ritmo. Cada desafio deve ser enfrentado de acordo com nossa própria capacidade, e não pelo que outros fizeram ou suportaram. Viver bem não significa desafiar perigos apenas para imitar o sucesso alheio, mas descobrir onde nosso espírito se move com segurança e autenticidade.
Em resumo: conhecer a si mesmo é a chave para avançar na vida com prudência, coragem e equilíbrio. Só assim podemos enfrentar nossas noites, nossos riscos e nossos caminhos sem nos perdermos, aprendendo a valorizar cada passo que damos dentro de nossos próprios limites.
✍️ Autor
O tema deste conteúdo foi inspirado no canal do TikTok intitulado “Contos que Curam”.
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