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Tala

A Mina Tradicional em África
Tala: A Mina Tradicional em África


O que é a Tala?

Você já ouviu falar em tala? Em Angola e em várias partes de África, este termo é conhecido como uma forma de mina tradicional — um tipo de golpe espiritual utilizado, em muitos casos, para prejudicar outras pessoas.

A tala é praticada por indivíduos mal-intencionados, movidos por inveja ou desejo de ajuste de contas. É temida justamente por ser um meio silencioso de causar sofrimento ou até a morte, sem deixar rastros físicos aparentes ou provas concretas que incriminem o autor.

Como se Apresenta a Tala?

A tala pode assumir diversas formas e não é facilmente perceptível a olho nu.

- Pode ser apresentada como um simples pó, aparentemente inofensivo.

- Em outras situações, é fabricada a partir de agulhas, lâminas, raízes ou outros materiais místicos.

Independentemente da forma, a sua função é sempre a mesma: 
causar dano à vítima.

Modos de Aplicação

A tala geralmente é colocada em locais frequentados pelo alvo, como:

- Portas de casa ou escritório

- Interior do carro

- Roupas e objetos pessoais

- Locais onde a vítima costuma sentar ou caminhar

Assim, o primeiro contacto físico da vítima com a substância já é suficiente para iniciar os efeitos nocivos.

Sintomas e Danos

Os primeiros sinais após o contacto são discretos:

- Um arranhão leve ou pequeno entorse

- Coceira nos dois primeiros dias

Com o passar do tempo, os sintomas evoluem:

- No terceiro ou quarto dia, surge inflamação intensa na área afetada

- A inflamação pode agravar-se até apodrecer o tecido

- Em casos extremos, leva à amputação ou até à morte

A medicina convencional, segundo a tradição, não possui tratamento eficaz para a tala, exceto o corte do membro afetado, para impedir a propagação do mal. Por isso, a rapidez é crucial: aqueles que reconhecem os sintomas recorrem imediatamente a especialistas tradicionais.

Uma Prática Antiga e Silenciosa

Embora a tala seja amplamente conhecida em meios tradicionais, muitas vezes o tema é ignorado pelos governos africanos.

- Em algumas regiões, existem entidades tradicionais que regulam e investigam estas práticas.

- Porém, com a aculturação europeia, muitas destas instituições foram enfraquecidas ou desapareceram.

- Isso faz com que milhares de casos de morte espiritual ou física provocados por tais práticas fiquem sem investigação e sem punição.

Um Apelo à Consciência

A tala, assim como outras práticas espirituais maliciosas, é uma realidade em África. Apesar de controversa, continua a ser reconhecida como uma das causas de sofrimento e morte em muitas comunidades.

É urgente que:

1. As populações abandonem a prática da malícia espiritual.

2. Os governantes africanos reconheçam este fenómeno como parte da realidade cultural e criem instituições legais para regular, fiscalizar e criminalizar tais atos.

3. A sociedade compreenda que, assim como no mundo físico os crimes deixam rastros, os crimes espirituais também podem ser rastreados e punidos, através da sabedoria dos especialistas tradicionais.

Conclusão

A tala é um exemplo de como a espiritualidade africana pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Ao mesmo tempo que revela a profundidade das crenças tradicionais, expõe a necessidade urgente de proteção, regulamentação e educação.

Enquanto não houver consciência coletiva e ações concretas, práticas como estas continuarão a ceifar vidas em silêncio.

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